Tuesday, March 23, 2010

Jaipur

Na semana passada fizemos nossa primeira viagem aqui na Índia. Passamos dois dias em Jaipur, a capital do Rajastão, também conhecida como “Pink city”. Isso porque em 1853 a cidade toda foi pintada de rosa para receber o príncipe de Gales. A tradição permanece até hoje e a cor já virou característica da parte mais tradicional da cidade.
Jaipur é toda dividida em grandes blocos, cercados por muralhas e grandes portões que antigamente serviam para separar as áreas da cidade por atividade, além de auxiliarem na segurança dos palácios.
A cidade é bastante caótica e se eu já tinha ficado assustada em Mumbai, aqui nem se fala. Vimos camelos nas ruas (a região é desértica), vaquinhas e muitos macacos. Eles são considerados sagrados também. Confesso que morri de medo de que algum chegasse perto de mim. Eu reparei que eles estavam bem a vontade perto dos humanos. Iam pra lá e pra cá nos telhados e faixadas dos prédios e vira e mexe aparecia algum morador com uma vassoura na mão tentando espantar a turma. Provavelmente eles entram dentro das casas!
Só conseguimos conhecer um pouquinho de Jaipur. Certamente vamos ter que voltar...


O mercado é bastante movimentado. Tem de tudo desde doces típicos a pedras preciosas.


Forte Nahargarh


Templo Birla (todo feito em mármore branco)



Hawa Mahal  (monumento de 5 andares com 152 janelas. Foi construído para que cada uma das mulheres da família real pudesse ter sua própria janela para observar a rua sem ser vista, em especial, os desfiles e festivais. Uma construção bem estreitinha)



Um beijo,

P.

Monday, March 22, 2010

holi

No dia  de março, nós participamos da celebração do Holi (ou Festival das Cores) que envolve uma série de lendas, mas principalmente comemora a chegada da primavera por aqui. A história que nos contaram, e portanto adotamos como a mais difundida, é sobre um rei muito vaidoso - rei Hiranyakashyap - que obrigava todos em seu reino a apenas venerá-lo. Aconteceu que justamente seu filho (Prahlad) resolveu adotar uma "entidade" diferente, chamada lord Naarayana. O rei então resolveu matar o próprio filho e combinou com sua irmã Holika, que tinha o poder de não se queimar, que entrasse com ele em seus braços em uma fogueira. Mas como Prahlad era devoto de lord Naarayana, o poder de não se queimar de Holika foi anulado - e ela morre queimada, enquanto Prahlad sai ileso. Portanto, muitos dizem que este festival celebra a vitória do bem contra o mal e o triunfo da devoção. Por isso, também há muitos fogos de artifício e fogueiras na noite que antecede o Holi.  

 

As lojas ficam abarrotadas de arminhas de água e pó de várias cores.

Nós também entramos na brincadeira e ficamos pintados por quase uma semana. O cabelo da Pri ainda tem alguns fios verdes até hoje.

Fizemos um filme na câmera de um amigo, mas ainda não pegamos com ele. Mas vocês podem ver vários vídeos no YouTube sobre esta festa - uma espécie de carnaval indiano. A minha camisa é para simbolizar o sincretismo cultural. :-)

Namastê,

T.

Sunday, March 21, 2010

Uma voltinha no centro da cidade.


Mesmo já tendo completado um mês de Mumbai, ainda não sobrou muito tempo para explorar a cidade. Fomos duas vezes ao centro (a trabalho) e confesso que de tão tensa que fiquei em meio ao caos, no final já estava achando até divertido! No meio da correria conseguimos tirar umas fotinhas…




P.

Thursday, March 11, 2010

Problemas com a comida indiana? Eu?

Estamos impressionados com o preço da comida por aqui. Tudo muito(!) barato. E muito (!!!) gostoso. Até agora foram poucos os pratos que não me agradaram. Aqui estão alguns dos meus favoritos até o momento:

Paneer: é a principal fonte de proteína da culinária indiana. Trata-se de um queijo fresco também chamado de cottage (não sei qual a diferença do cottage do Brasil) e normalmente é servido em cubinhos de diversas maneiras: grelhado, no pure de espinafre, no pure de tomate etc.


Roti e Naan: estes pães são regra nas refeições. O roti é de farinha integral, pode chegar a ser beeem fininho e é preparado numa espécie de chapa. O naan é de farinha branca e preparado no forno. Pode ter manteiga, alho etc.

 

Dal: é uma espécie de purê de batatas porém, mais ralinho e com bastante tempero. São vários tipos de lentilhas, portanto, vários tipos de dal. Pode ser considerado o feijão deles (apesar de que aqui tem feijão e é parecidíssimo com o nosso)

 

Para tiragosto nada melhor que idil frito (tipo bolinho de arroz), bahji (tipo onion rings bem levinho), papad (chips de lentilha).


Docinhos…mousse de manga, Gajar halwa (doce de cenoura igualzinho ao nosso doce de abóbora e o Gulab Jamun (não faço ideia do que seja, mas é igualzinho aquele doce de queijo que chamamos de ameixinha).


E pra terminar….o chai (chá com leite e especiarias).

 

Até a pimenta na comida foi bem moderada, nada diferente do que costumamos comer. Os temperos, claro, são muitos e bem diferentes dos nossos. O Thiago chama todo tempero que ele não identifica de “gosto indiano”. Ele ainda não tem certeza se gostou do “gosto indiano”. Já eu…
 
P.


Wednesday, March 10, 2010

The father-in-law


Ontem ficamos sabendo de um costume indiano no mínimo engraçado. Claro que hoje em dia isso não é tããããão levado a sério mas, dizem que os mais tradicionais ainda respeitam.

Quando o pai visita a filha casada em sua casa ele não pode aceitar nenhum tipo de comida ou bebida. Não pode tomar sequer um copo d’agua. Ele também de forma alguma pode ficar hospedado na casa da filha caso ela more em outra cidade. Isso acontece porque na cultura deles o papel do pai e de sempre prover algo para a filha e não de receber.

Fiquei imaginando o genro passando pra lá e pra cá na frente do sogro com comida e bebida só pra passar vontade….

O Thiago morreu de rir do costume. Queria ver se ele ia gostar se fosse ao contrário, o genro é quem não pode comer na casa do sogro. Aí quem iria rir seria o Renatão!

P.

ps: as fotos do post anterior são da nossa rua, da entrada do prédio e da vista do ap!

Tuesday, March 9, 2010

Glen Croft, Hiranandani Gardens - Powai - Mumbai

Depois de visitar 12 apartamentos na mesma manhã, de enfrentar toda a burocracia indiana descrita no post do Thiago,  e de sermos "aceitos" pela comunidade do edifício, nós finalmente temos nosso lar doce lar indiano. Até que tudo aconteceu mais rápido do que eu imaginava.... 




Pondem vir que agora cabe todo mundo!

(essa é pras donas de casa: aqui nos apartamentos de Mumbai a lavanderia/área de serviço fica dentro do banheiro, separado apenas por uma portinha) Provavelmente a idéia é tirar a roupa antes do banho e colocar tudo direto na maquina de lavar...será?)

Sunday, March 7, 2010

mythbusters


Esse post será dedicado a responder todas as perguntas e comentários de amigos e familiares que recebemos por email desde que chegamos e também para tentar desmistificar algumas questões...  (lembrando que por enquanto, nossa experiência indiana se restringe a Mumbai)

1) o trânsito é caótico: verdadeiro
resumindo, quase não existem faixas de trânsito, quase não existem semáforos, não existem faixas de pedestres e todos buzinam sem parar. Um motorista tem que esperar a boa vontade do outro para fazer conversões e ao mesmo tempo os dois tem que tomar cuidado para não atropelar os pedestres que surgem do nada na frente dos carros....

2) todos são vegetarianos e portanto, é muito dificil encontrar carne em restaurantes e supermercados: falso
muitos são vegetarianos sim mas, todos os restaurantes oferecem cardápios para vegetarianos e não-vegetarianos. Carne de vaca realmente ainda não encontramos mas, cordeiro, frango, peixe, frutos-do-mar etc. estão em toda esquina.

3) é muito difícil encontrar bebida alcóolica: falso
assim como a estrella damm ou xibeca estão para Barcelona, a Kingfisher está para Mumbai, por sinal, estamos adorando! para outras bebidas existem as lojinhas especializadas aqui do lado de casa. O preço é  alto por causa dos impostos, mas encontramos até cachaça.

4) as ruas cheiram mal: verdadeiro e falso
as ruas não cheiram mal o tempo todo, ou em todo lugar. Aqui no bairro por exemplo, nunca senti. Já no centro da cidade alguns lugares cheiram urina e outros cheiram esgoto e tudo é intensificado pelo calor. Mas como eu disse, não é em todo lugar.

5) a comida é muito apimentada e tudo contém curry: falso
até agora não encontrei nenhuma comida com curry! Talvez esse tempero não seja típico nesta região.

6) todas as mulheres só usam sári: falso
claro que a maioria usa, mas muitas usam calça jeans, camiseta, camisa etc.

7) vacas na rua: verdadeiro
sim, as vaquinhas ficam deitadinhas nas ruas perto dos templos. Não são tantas mas, o suficiente para ser engraçado.

8) todos falam are baba, are baguandi: falso
essas expressões existem sim mas, ninguém fala. Até agora não ouvi nem uma vezinha, nem na televisão. Isso é coisa da novela mesmo....

hummmm isso me lembrou aquele programa "Caçadores de Mitos" do Discovery Channel! Quem tiver mais dúvidas/perguntas/comentários pode mandar que tentaremos responder. Temas dos proximos capitulos: as castas, os homens encaram muito as "ocidentais", sujeira nas ruas, favelas, o calor etc

P.

indian bureaucracy


Grande parte do nosso tempo na primeira semana foi dedicado a enfrentar a burocracia indiana. Começamos pelo aluguel do apartamento. Tivemos sorte. Encontramos um ótimo apartamento (a Pri vai postar as fotos logo logo) já no primeiro domingo que começamos a nossa procura. Estávamos no maravilhoso mundo do InterContinental, mas ansiosos para nos instalar e ficar livres das salgadas diárias como as de qualquer 5 estrelas. Mas mesmo depois de acordarmos tudo com o proprietário, tivemos que preparar um verdadeiro dossiê para assinarmos o contrato de aluguel. Para tudo e qualquer coisa aqui precisamos de uma foto 3x4. Para este contrato, devemos ter usado umas 10 (de cada um). 

Precisamos nos registrar na delegacia de polícia do bairro (2 a 3 dias para o processo), mas conseguimos convencer a autoridade local a fazer o serviço de prontidão em troca de Rs 300 (Rupees) ou meros USD 6,50. Depois, para nossa grande surpresa, descobrimos que precisaríamos da aprovação da "Society" do prédio. Cada condomínio tem sua própria Society, uma espécie de administradora in-house, com direito a funcionários full-time e um Society Secretary (conhecido como SS) que é um síndico com amplos poderes. Bem, levamos mais um dia. Depois tivemos que fazer um depósito de garantia de 10 aluguéis (o praxe são 6, mas o nosso apartamento mereceu). Depois pudemos finalmente assinar o contrato (ou melhor, 5 vias do contrato). Depois de uma semana, pudemos finalmente entrar no apartamento.Ainda assim, porque nos deram 30 dias para ir ao cartório local reconhecer as assinaturas e entregarmos cópias dos nossos Foreigners Registration (episódio que merece um post).Mas, apesar da burocracia, fizemos um ótimo negócio e aprendemos um pouco mais sobre os trâmites legais por aqui.

Claro que no Brasil e até mesmo na Espanha, ainda temos que enfrentar muita burocracia. Mas o senso de morosidade aqui é muito mais impactante. É preciso estar sempre em boa companhia - né, Pri!? - e carregar sempre uma garrafa de água mineral. Só não dá para usar os banheiros públicos, que são intoleráveis até pelos locais.

Um pouco confuso, mas deu para vocês terem uma idéia...

T.

gateway of india

  

Este talvez seja o monumento turístico mais visitado aqui em Mumbai - e, certamente, o mais emblemático na formação desta megalópole. Este "arco do triunfo" foi construído para saldar a visita do rei George V e da rainha Mary em dezembro de 1911, que foram coroados Imperador e Imperatriz da Índia (a colonização inglesa, conhecida como British Raj, durou de 1858 até 1947). E, em fevereiro de 1948, foi o local escolhido para a cerimônia de embarque da última infantaria do exército inglês, encerrando de fato a dominação inglesa. Oficialmente, a independência da Índia aconteceu no dia 15 de agosto de 1947.

Em novembro de 2008, supostamente foi o local de desembarque dos terroristas paquistaneses que explodiram bombas e abriram fogo em mais de 10 lugares em Mumbai (incluindo o lendário hotel Taj Mahal). Por incrível que pareça, isso afetou nosso primeiro plano de conhecer aqui. Estávamos participando de uma feira no Bahrain (de 25 a 29 de novembro) e depois encontraríamos minha família em Dubai para depois visitarmos Mumbai. Claro que em função dos atentados, esta primeira viagem foi cancelada. Isso apenas para misturar um pouco de história com fatos pessoais...

Por último, uma rápida curiosidade arquitetônica. Os arcos são de estilo árabe (que pelo formato, suportam muito mais carga que os arcos romanos) e toda a decoração é em temas hindu, evidenciando a fusão cultural que acontece por aqui desde os tempos da colônia.

Ufa,

T.

Saturday, March 6, 2010

namaste

Seja bem-vind@!

Ainda não sabemos o que está por vir... mas vamos tentar compartilhar ao máximo nossas impressões e algumas de nossas vivências. Chegamos em Mumbai no dia 12 de fevereiro de 2010, depois de um vôo de quase 14 horas de São Paulo a Dubai e depois outro de quase 3 horas de Dubai a Mumbai. Já temos um ótimo apartamento (com vista pro Powai Lake) e nossa permissão para estrangeiros tem prazo de validade até 8 de fevereiro de 2011. Estamos prontos para estabelecer nossa Mumbai Connection!


Nota: os posts escritos pela Priscila serão assinados com um P, pelo Thiago com um T e posts conjuntos (como este) terão um P&T ao final.

Namaste,

P&T.